1. Escolha dos Alvos
Passo 1: Identificação do Patógeno
Identificar o patógeno ou o gene de interesse que você deseja detectar.
- Ferramentas: Bases de dados genômicas (como NCBI, Ensembl) para acessar as sequências genômicas completas do patógeno.
Passo 2: Análise de Conservação Genômica
Selecionar regiões conservadas no genoma do patógeno que sejam essenciais para sua sobrevivência e menos propensas a mutações.
- Ferramentas: Softwares de alinhamento de múltiplas sequências (como Clustal Omega ou MUSCLE) para comparar diferentes cepas ou variantes do patógeno e identificar regiões conservadas.
Passo 3: Evitar Regiões Variáveis
Evitar regiões com alta variabilidade genética, como áreas sujeitas a mutações frequentes.
- Ferramentas: Análise de variação genética utilizando bases de dados como dbSNP ou ferramentas de bioinformática específicas para identificar hotspots de mutação.
Passo 4: Confirmação de Acessibilidade
Garantir que a região escolhida seja acessível para a hibridização de primers e sondas, sem formar estruturas secundárias complexas.
- Ferramentas: Softwares de predição de estrutura secundária de RNA/DNA (como mFold) para prever estruturas que possam interferir na hibridização.
2. Desenho dos Primers
Passo 1: Seleção da Região-Alvo
Usar a região conservada identificada na etapa anterior como a sequência-alvo para os primers. A região a ser amplificada por ERA geralmente é curta, variando entre 80 a 200 pares de bases (bp). Essa faixa de tamanho é escolhida para garantir que a amplificação seja rápida e eficiente em condições isotérmicas, maximizando a sensibilidade do teste. A eficiência da amplificação em ERA é melhor quando a região-alvo está dentro desse intervalo, permitindo uma detecção mais rápida e precisa.
- Ferramentas: Utilização da sequência-alvo diretamente em softwares de design de primers.
Passo 2: Definição dos Parâmetros dos Primers
Definir os parâmetros ideais para os primers:
- Comprimento: 30-35 nucleotídeos.
- Conteúdo GC: 40%-60%.
- Temperatura de fusão (Tm): 50°C-60°C.
- Evitar formação de dímeros de primers e estruturas secundárias.
- Ferramentas: Primer3 ou ferramentas semelhantes para desenhar primers com os parâmetros ideais.
Passo 3: Verificação de Especificidade
Garantir que os primers se liguem exclusivamente ao alvo desejado.
- Ferramentas: BLAST (Basic Local Alignment Search Tool) para verificar a especificidade dos primers contra o genoma completo do patógeno e outros organismos potenciais que possam estar presentes na amostra.
Passo 4: Ajuste Final e Síntese
Fazer ajustes finais nos primers se necessário, como adicionar “caudas” ou modificar nucleotídeos para melhorar a eficiência.
3. Desenho das Sondas
Passo 1: Seleção do Tipo de Sonda
Escolher o tipo de sonda com base no método de leitura do teste (Fluorescência, Lateral Flow Assay – LFA, CRISPR-Cas).
- Ferramentas: Seleção baseada nas necessidades específicas do teste (por exemplo, fluorescência requer sondas FRET, LFA requer sondas com marcas visuais como ouro coloidal).
Passo 2: Desenho da Sonda
Criar sondas que se liguem especificamente à região entre os primers, sem sobreposição significativa com eles. As sondas utilizadas em ERA geralmente têm entre 20 a 30 nucleotídeos. O tamanho específico da sonda pode variar dependendo do método de detecção (como fluorescência ou Lateral Flow Assay), mas elas são desenhadas para serem suficientemente longas para garantir a especificidade, mas curtas o suficiente para hibridizar eficientemente ao DNA-alvo. A sonda deve ser localizada próxima aos primers, mas geralmente há uma distância de 10 a 30 nucleotídeos entre o final do primer e o início da sonda. Essa distância deve ser suficiente para evitar a interferência entre a hibridização dos primers e a sonda, mas curta o bastante para garantir uma amplificação eficiente e uma detecção precisa.
- Ferramentas: Softwares de design de sondas específicos para o método de detecção (como Beacon Designer para sondas fluorescentes).
Passo 3: Marcação da Sonda
Adicionar marcadores (fluoróforos, biotina, etc.) às sondas, conforme necessário para a detecção.
Passo 4: Verificação e Ajustes
Verificar se a sonda não forma estruturas secundárias e se tem uma ligação forte e específica ao alvo.
- Ferramentas: mFold ou softwares equivalentes para prever a formação de estruturas secundárias.
Passo 5: Teste Piloto
Realizar um teste piloto para validar o desempenho da sonda em condições de laboratório antes da aplicação em larga escala.
- Ação: Ajustar a sequência ou concentração da sonda conforme necessário com base nos resultados do teste piloto.
Este passo a passo garante que o processo de escolha dos alvos, design dos primers e design das sondas seja metódico e baseado nas melhores práticas, resultando em testes ERA altamente eficazes e confiáveis.
As sondas e primers podem ser adquiridas conosco, entre em contato.
Referências
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